Breve Histórico

O marco da fundação da cidade de Itu foi a construção, em 1610, de uma capela devotada a Nossa Senhora da Candelária, no lugar em que hoje fica a Igreja do Bom Jesus. Esta capela foi construída por Domingos Fernandes e seu genro, Cristóvão Diniz. Eles receberam da Coroa  Portuguesa, em 1604, a posse das terras da região de Itu.

O povoado se formou ao lado desta capela que, de 1653 a 1657, foi Igreja Matriz; neste ano, itu deixou de ser Freguesia de Santana do Parnaíba, passando à condição de Vila, e iniciou-se a construção de um novo templo.
Durante quase 100 anos (de 1657 a 1750) a Vila de Itu não passou de um pequeno núcleo, com menos de 100 casas, concentradas no pátio da antiga Matriz e numa única rua que ia do pátio até a capelinha do primeiro povoado. Uma boa parte das casas, as do pátio, sobretudo, pertenciam a fazendeiros. Quando aumentou a escravatura e a produção das fazendas, seus donos ajudaram a erguer dois conventos na Vila – o de São Francisco (1692) e do Carmo (1718).
Os comerciantes ergueram, em 1726, uma capela, num lugar ainda descampado – a de Santa Rita.
Em 1760, já existiam cerca de 105 casas e mais uma rua, chamada da Palma) (atual Rua dos Andradas). Nessa época, Itu se afirma como entreposto de comércio na rota entre o sul do país e as regiões mineradoras de Mato Grosso e Goiás. A maioria das casas da Vila eram pequenas e habitadas por gente  que pouco ou nada possuía.
Alguns anos depois, em 1776, com o crescimento das lavouras do açúcar e do algodão, a Vila cresceu, contando com 180 casas, tendo ainda as mesmas ruas de antes. Quem dá vida à localidade são os artesãos (sapateiros, ferreiros, latoeiros, carpinteiros, tecelões, costureiras e fiandeiras);  eles ocupam 119 casas. Os comerciantes interessados na venda de tecidos, colchas e cobertores para outras regiões, promovem o  cultivo de algodão, e a produção caseira de tecidos.
A partir de 1777, a Vila de Itu vai crescer em função dos negócios de exportação de açúcar para a Europa. O número de engenhos de cana e de escravos, agora vindos da África e não do sertão, se multiplicam. De 1785 a 1792, são abertas as ruas que descem paralelas, pelas encosta do espigão. Nessas ruas e seus prolongamentos pelo lado da Igreja do Patrocínio é que se forma, até 1865, a cidade que hoje constitui o “Centro Histórico”. A fase de maior crescimento da cidade foi entre 1836 a 1854, quando atingiu o número de 800 casas.
Nesta época, Itu era a Vila mais rica de toda Província, tendo (desde o início do século) importante participação na vida política e econômica. Em 1857, a Vila foi elevada á categoria de cidade.
Em 1860, ocorreu uma grande crise no mercado internacional do açúcar. O plantio da cana entra em decadência, causando, com o tempo, um conflito entre os políticos e os fazendeiros ituanos contra o governo Imperial. Cresce em itu o movimento republicano que resulta, em 1873, na realização da Primeira Convenção Republicana do país. O açúcar vai sendo gradativamente substituído pelo café.
Com o aumento da produção cafeeira, os fazendeiros buscam, na Europa, a vinda de imigrantes para substituir a mão-de-obra escrava. O tráfico havia  sido proibido em 1850 e, a escravatura, abolida em 1888. Com a ajuda do governo republicano, proclamado em 1889, vieram para Itu milhares de imigrantes, a maioria italianos. A cidade possuía, nesta época, 1000 casas. O café foi a base da economia do município até 1935, ano da maior produção, decaindo depois, pela concorrência de outras áreas de plantio e pelo esgotamento de suas terras.
De 1935 a 1950, Itu quase não cresce além da área ocupada. A partir de 1950, novas indústrias vêm se instalar na cidade, principalmente as de cerâmicas. Ocorre grande migração rural em busca de trabalhos nas fábricas. A cidade começa novamente a crescer com a abertura de diversos loteamentos na periferia. Itu já não tem mais a mesma importância de antigamente, sendo influenciada pela capital do Estado, já então uma metrópole. O velho centro, a maior e mais importante herança cultural dos tempos da colônia, passa a ser transformado. Os objetos antigos, imagens das Igrejas e pertences particulares, começam a ser comercializados, sobrando hoje pouca coisa na cidade.
Após 1970, com a construção da rodovia Castelo Branco, novas indústrias instalam-se em Itu, principalmente às margens de suas estradas de acesso.

 

AS FAZENDAS DE AÇÚCAR

As fazendas, com suas grandes sedes, o engenho de cana e as senzalas dos escravos, marcam a paisagem rural de Itu entre 1760 e 1880.

Foi a fase da monocultura da cana-de-açúcar, com produção em larga escala para exportação e a da substituição do índio pelo negro no trabalho escravo. O auge da produção de açúcar em Itu, vai de 1803 (130 engenhos) a 1854 (164 engenhos). Após essa data, o peço do açúcar caiu muito no mercado estrangeiro, pela concorrência de outros paises. Durante os anos de 1880, também aumenta a produção de açúcar no nordeste e são instaladas as modernas usinas de Porto Feliz e Piracicaba. O açúcar de Itu passou a ser um produto pouco lucrativo, pois não podia concorrer com a produção dos outros lugares, de onde o açúcar saia mais barato. Os fazendeiros ituanos vão deixando de cultivar a cana e passam, pouco a pouco, a implantar café. A produção de açúcar em Itu, praticamente, termina em 1890. Pouquíssimas fazendas continuam a produzi-lo. A população local passa a consumir, então o produto de Pernambuco.

 

A HISTÓRIA DO CAFÉ EM ITU

A partir de 1860, o plantio de café foi tomando conta de todo o território paulista, conquistando o vasto interior ainda não ocupado.

A economia baseada na grande propriedade, destinada a um só produto para exportação, foi revigorada. Nesta época, o café era o produto agrícola mais valorizado pelo comércio estrangeiro. Já na década de 1880, tornou-se a base da economia paulista.
A agricultura de Itu, até 1884, ainda se baseava, em grande parte, na cana de açúcar, já pouco produtiva. Faltavam capitais e mão-de-obra, em abundância para os fazendeiros. Passou, então, a ser substituída pelo cultivo do café. Isto só foi possível com a vinda de milhares de imigrantes italianos, resolvendo o problema da mão-de-obra que havia na época.
O desenvolvimento  da cafeicultura exigiu a introdução do trabalho assalariado, ferrovia, bancos, estabelecimentos industriais e comerciais variados. Modificou e trouxe maior importância a elas e às atividades econômicas das cidades. O café foi a base da economia ituana até quase a época da segunda guerra mundial. Em 1936, o  Município de Itu produziu a maior safra de café, de toda sua história.
Daí em diante, ele perdeu terreno para outros ramos de atividade econômica, de caráter industrial, que se revelaram mais lucrativos.

 

O IMIGRANTE

Em 1850 foi proibido o tráfego internacional de escravos. Este fato teve grande repercussão na economia brasileira. Em São Paulo a expansão da cultura cafeeira necessitava cada vez mais de um maior número de trabalhadores.

Após o ano de 1870, começam a vir para cá escravos de Minas Gerais e do nordeste, mas isso não conseguia atender a demanda de mão-de-obra. Os fazendeiros passaram a pressionar o governo imperial para facilitar a imigração de europeus, que substituiriam o escravo negro nas lavouras e nos serviços urbanos. Eram, na sua maioria, italianos, mas vieram também espanhóis e portugueses.
Para São Paulo, vieram principalmente os italianos. Os italianos que vieram para Itu, eram da região de Vêneto, Toscana e Lombardia.
Na lavoura trabalhava toda a família, pois seus salários eram baixos. Na cidade, os imigrantes exerciam diversas funções: eram tradicionais mestres-de-obras, mecânicos e comerciantes. Foram muito importantes na época, pois havia grande carência destas profissões.
Em 1905, das 20 mil pessoas que habitavam o Município de Itu, 8 mil eram italianos. A influência que tiveram na mudança da cultura ituana foi muito grande, alterando desde sua arquitetura até os hábitos da cidade.

 

AS INDÚSTRIAS DE ITU

Com a instalação das ferrovias em são Paulo, a partir de 1867, formou-se o primeiro pólo industrial na Província. Itu estava inserida neste pólo. A Estrada de Ferro Ituana foi inaugurada em 1873 e financiada pelos próprios fazendeiros da região.
Possibilitou o rápido escoamento da produção agrícola regional, além de atrair indústrias para as cidades por onde passava. Até esta data, praticamente todos os bens de consumo eram importados da Europa. O crescimento rápido da população paulista, devido a vinda dos imigrantes, tornou necessária a presença de indústrias em Itu.
Instalaram-se indústrias de vários tipos, de massas e biscoitos, de velas, bebidas, mas as principais eram as de tecelagem. A fábrica pioneira foi a Tecelagem São Luís, fundada em  1869.
A Fiação e Tecelagem São Pedro, a maior de Itu, foi inaugurada em 1910, tendo até construído  um conjunto habitacional para os seus operários. Em 1912 foram instaladas a Metalúrgica Gazzola e a Tecelagem Perseverança. Com o declínio da lavoura no município, as indústrias tornaram-se muito importantes para a cidade, pois absorveram a mão-de-obra que lá não encontrava emprego no campo.
Para se ter uma idéia disto, a Tecelagem São Pedro e a Maria Cândida, dos mesmos donos, empregavam, em 1937, mais de mil opera´rios. O crescimento industrial ituano foi pequeno, entre 1940 e 1950. As indústrias nesse período, preferiram ficar perto da capital do Estado. Após 1950, volta a se acelerar o crescimento industrial.
Grandes cerâmicas são construídas, além de várias metalúrgicas e indústrias diversas.

 

AS IGREJAS DE ITU

A Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária

O primeiro edifício que abrigou a Igreja Matiz, começou a ser construído em 1657, e situava-se no centro do principal pátio da Vila (atual Praça Padre Miguel). Como a população da Vila nascente não possuía recurso suficiente para construir um edifício sólido, a primeira igreja ficou de pé, por penas 100 anos.

Em 17771, ela estava arruinada. Contando, então, com a ajuda de um grupo enriquecido com a produção do açúcar, e com dinheiro arrecadado de toda população livre, reuniram-se os recursos para a construção de um novo templo, maior e mais sólido, inaugurado em 1780.

Em 1887, o Engenheiro Ramos de Azevedo dirigiu uma grande reforma, quando a fachada colonial da Igreja foi modificada, ganhando a aparência atual.

A Igreja do Bom Jesus – O primeiro Templo de Itu e suas transformações

O culto do Bom Jesus existe em itu desde os primeiros tempos do povoado. Em 1774, o edifício que abrigava a igreja era modesto e bem menor que o atual, além de ser recuado em relação ao alinhamento da rua. Pouco tempo depois houve uma grande reforma, quando o prédio foi aumentado avançando até o ponto em que hoje está.

Entre 1896 a 1904, a igreja foi novamente reformada pelo mestre Luis Amirat. Construiu-se um corpo anexo para abrigar o Santuário do Apostolado da Oração, demoliu-se a torre sineira e mudou-se a fachada, para seu aspecto atual, de influência italiana. No fim da década de 60, o interior da igreja sofreu novas modificações, alterando totalmente a aparência anterior.

 

O culto a São Benedito

Por volta de 1785, já havia sido criada em itu a “Irmandade de São Benedito dos Homens Pretos”, sob orientação dos frades franciscanos. A Irmandade tinha seu Consistório junto ao Convento de São Francisco. Nela os escravos realizavam seu culto cristão, em separado dos homens brancos. O pátio do convento era o único lugar público em que os negros promoviam suas festas religiosas.

Nestas festas, sambavam e batucavam, celebrando também seu Rei e Rainha do Congo. Misturavam parte de suas antigas crenças as idéias cristãs. A festa mais importante era a de São Benedito. Em  1908, a Irmandade ergueu sua própria igreja na Rua Santa Cruz. Aí, continuou promovendo suas festas e procissões, menos o “Samba de São Benedito”; foi proibido pela polícia em 1955 e só voltando a ser realizado em 1977, no Largo do Mercado.

 

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Quando os carmelitas chegaram a Itu, em 1718, já existia uma capela devotada a Nossa Senhora do Carmo, erguida por fazendeiros e comerciantes enriquecidos nas Minas gerais, e estabelecidos em Itu.

A construção definitiva da Igreja e do Convento deu-se entre 1760 e 1787. Foi financiada pelos irmãos da Ordem Terceira e pela renda dos bens dos frades. O jazigo da Ordem Terceira foi construído em 1842, sgundo projeto do ituano Miguel Benicio Dutra.
A Igreja sofreu duas reformas. Na primeira, em 1861, foi reconstruída a torre que desabou em 1828. Em 1918, a reforma atingiu principalmente o interior, perdendo-se várias pinturas da nave.

O jazigo da Igreja foi demolido em 1967, quando o conjunto era toimbado pelo governo federal.

 

A Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio

O local onde se fixou a Igreja e seu quintal foi doado pelo fazendeiro Padre Ferraz. Para ajudar a construção e sustento do templo o Padre Ferraz doou também uma chácara com todos os seus escravos. A Câmara Municipal também prestou seu auxílio cedendo  à Igreja o direito de lotear e vender os terrenos em volta do pátio. O desenho original da Igreja, de seus altares, imagens e pinturas foi de padre Jesuíno do Monte Carmelo de seus filhos Eliseu, Elias e Simão. Eles orietaram os escravos na execução das obras.

A construção iniciou-se em 1805, porém sofreu grande atraso pela falta de recursos e pelo boicote político ao grupo dos Patrocinistas, que defendia a Independência do Brasil.

A inauguração do templo aconteceu em 1820, um ano após a morte do Padre Jesuíno.

 

A Capela do Padre Bento

Em 1800, não havia nenhum hospital em Itu. Existiam apenas um boticário e um cirurgião aos quais poucos habitantes podiam pagar.

A maioria da população era constituída de pessoas pobres ou escravos. Quando adoeciam, tratavam-se com remédios caseiros. Eram raros os que faziam uso de drogas, vindas da Europa. Entre os escravos as doenças espalhavam-se facilmente. Suas habitações não tinham nenhuma higiene. Trabalhavam até a exaustão, quase sem se alimentar. O Mal de Hansen (lepra) foi uma doença que atacou grande número deles.

As pessoas que sofriam do Mal de Hansen viviam isoladas, juntando-se em bandos e vagando ao redor da Vila. O temor de que as pessoas fossem contaminadas era grande e nada se sabia do tratamento da doença. Em 1806, o Padre Antonio Pacheco construiu um leprosário, numa chácara de sua propriedade, perto da Vila, que foi dirigido mais tarde pelo Padre Bento Dias Pacheco. Ao lado, construiu-se uma pequena capela devotada a Nosso Senhor do Horto, que ainda existe. Foi muito reformada e é conhecida como a capela do Padre Bento.

 

A Igreja de Santa Rita

Em 1726, Mathias do Mello Rego e outros devotos, com provisão do Bispo do Rio de Janeiro, D.Frei Antonio de Guadalupe, erigiu, nos arrabaldes da então Vila de Itu, uma pequena capela dedicada à Santa Rita, e cujo bensimento e inauguração verificou-se em 1728.

Durante perto de 100 anos foi conservada essa capela, sofrendo apenas pequenos reparos. Mais tarde tomando a si o cargo de Zelador dessa capela José Francisco de Paula, homem muito piedoso e probo, o qual, durante o tempo em que a mesma esteve a seu cargo, procurou nela fazer todas as obras que necessitava, sendo que, pouco antes de vir a falecer, em 1859, mandou fazer, sob sua administração e com auxílios que para tal fim angariara, o retabulo e o douramento do altar-mór.

Em 1859, vindo a falecer o velho José Francisco, outro piedoso ituano, Joaquim Januário do Monte Carmelo, se encarregou de zelar dessa capela. Foi o zelo e dedicação desse devoto que foram feitos diversos melhoramentos de que muito necessitava. Em 1865 o Padre João Paulo Xavier, quis retoma-la e para esse fim recorreu à generosidade dos seus conterrâneos,e, conseguindo a importância desejada, fez, sob a direção e administração de Joaquim Januário, diversas reformas na mesma, levantando-a mais, fazendo o coro, o campanário e frontespício.

Após o falecimento do Senhor Joaquim Januário foram, sucessivamente Zeladores da capela os seus filhos José e Joaquim   Januário de Quadros.

Na capela, além da imagem e Santa Rita – sua padroeira – há também duas outras belas imagens, uma de São Sebastião e outra de São Roque, ambas muito veneradas  pelo povo católico de Itu e cuja aquisição das mesmas foi feita com esmolas, votos feitos por ocasião das terríveis epidemias de febre amarela que assolaram a cidade de Itu em 1892 e 1897.

Deu essa capela nome e alinhamento à rua em que se encontra.

 

BENS HISTÓRICOS

Casa Caselli. Preservação e Uso de Bens Históricos

Esta residência foi construída em 1861, pelo Dr. Francisco de Paula Souza. É um dos mais belos exemplos da arquitetura de Itu, existentes até hoje. Era a residência de uma chácara, que antes fazia parte das terras dos frades franciscanos. A casa foi habitada por diversas famílias até que, na década de 1940, foi transformada em creche. Depois foi sede de sindicato.

Por volta de 1970, foi adquirida pelo Prof. Sebastião Gomes Caselli. O edifício foi restaurado e recebeu pequenas adaptações, tendo sido construídos novos sanitários e cozinha. O interior da residência permanece praticamente inalterado. A maior parte do piso, de tabuado largo, e do forro, são originais.

 

A Santa Casa de Misericórdia

O grande ajuntamento de população em Itu, por volta de 1835, começa a trazer graves problemas de saúde pública. O temor de epidemias pela falta de saneamento da Vila e a necessidade de um atendimento médico barato e constante fez com que se criasse, em 1839, a Santa Casa de Misericórdia de itu. Era sustentada por associados que lhe davam dinheiro, ofereciam trabalho gratuito, ou mesmo angariavam esmola, junto a população.

Começou a funcionar plenamente em 1860. O prédio original, construído em taipa, sofreu inúmeras reformas, sendo posteriormente construído um segundo pavimento, em tijolos, e diversos pavilhões anexos.

 

Museu Republicano - Convenção Republicana e Itu

Nos idos de 1869, Itu, já em grande evidência pelo seu espírito liberal, surgiu como centro de cultura, trabalhando para o desenvolvimento intelectual de sua gente, com suas escolas ocupando lugar importante na educação brasileira. Despontava em Itu, a idéia de uma grande assembléia de republicanos, tendo como organizador João Tibiriçá Piratininga ao lado de José  Vasconcelos de Almeida Prado. Em 10 de setembro de 1872 era instalado em Itu o Clube Republicano que muito sobressaiu naquele movimento de âmbito nacional e fez com que Itu fosse escolhida pelos republicanos paulistas para sede da Convenção que se tornaria famosa. 

Assim, em 18 de abril de 1873 realizou-se a famosa “Convenção e Itu”, da qual participaram 133 convencionais, destacando-se: Campos Salles, Américo de Campos, Francisco Glicério, Jorge e Miranda, Manoel de Moraes Barros, Bernardino de Campos e representantes das cidades de Bragança, Campinas, Sorocaba, Botucatu, Amparo, Itu, Jundiaí, Indaiatuba, Capivari, Itatiba, Itapetininga, Jaú, Mogi Mirim, Monte Mor, Porto Feliz, Piracicaba, São Paulo, Rio de Janeiro e  Tietê.

A Convenção de Itu foi realizada no sobrado localizado na Rua Barão do Itaim, e que hoje abriga o Museu Republicano.

 

AS PRIMEIRAS ESCOLAS DE ITU

Com base em informações coletadas m documentos e livros, conclui-se que as primeiras escolas de que se tem notícia começaram a funcionar  por volta de 1821.

O Padre Jesuíno do Monte Carmelo, ao iniciar as obras da Igreja do patrocínio, tinha em mente fundar uma ordem religiosa que cuidasse da educação das meninas ituanas: Isso em 1819.

Após o falecimento do Padre Jesuíno do Monte Carmelo, seu filho Padre Elias do Monte Carmelo, em 1821, toma a si o encargo de levar avante a idéia o objetivo de seu pai.

O Padre Elias resolver abrir uma casa onde as jovens ituanas recebessem uma variada e esmerada educação. O primeiro passo foi obter autorização do Bispo d São Paulo, D. Matheus de Abreu pereira e uma verba da Câmara Municipal para o custeio das despesas e assim pode dar início às atividades do educandário.

Arregimentou para o corpo docente várias senhoras de muitas letras e logo o estabelecimento alcanço um alto número de matrículas.

Além desse educandário, havia o Colégio Ituano só para meninos e que sucedera o famoso Seminário do padre Campos, extinto com a morte de seu fundador.

O Colégio Ituano contou em seu corpo docente com várias notabilidades, como Padre Feijó, professor de latim, e Padre Joaquim Feliciano da Costa, professor de Humanidades. Teve como um de seus diretores, por volta de 1840, o Padre franciscano Frei Ignácio de Santa Justina, do Convento de São Luiz, Bispo de Tolouse. Era um sacerdote célebre por sua grande piedade e notável saber.

No ano de 1860 vem para Itu o primeiro grupo de irmãs de São José, tendo como Provincial a Madre Maria Theodora Voiron, que fundaram  o Colégio do Patrocínio, cuja fama como educandário para moças se espalhou pelo Brasil.

Em 1867, os jesuítas retornam ao Brasil de onde haviam sido expulsos pelo Marquês de  Pombal e fundam o celebrado Colégio São Luiz, por onde passaram grande número de brasileiros ilustres. Em 1917 esse Colégio foi transferido para São Paulo.

Graças ao esforço do ilustre ituano Dr. Antonio de Queiroz Teles, as escolas são agrupadas com o nome de Escolas Reunidas “Dr. Queiroz Teles”, e que contou entre seus alunos com o futuro primeiro Presidente Civil do Brasil, Dr. Prudente de Moraes. Este estabelecimento deu origem ao Grupo Escolar “Dr. Cesário Motta”, o primeiro grupo escolar fundado no Estado de São Paulo.

 

AS RUAS DE ITU

O procedimento para se efetivar a nomenclatura de rua, até 1967 era dado por Lei; a partir de 1968 e até 1.998 a denominação se fazia por Decreto do Executivo sem o referendo do Legislativo.

De uma forma resumida são citados alguns nomes dados à ruas de Itu, relativas a datas de acontecimentos históricos:
Rua 21 de Abril
– Em memória de Tiradentes, enforcado em 1792;
Rua 7 de Setembro
Proclamação da Independência, em 1822. (Essa rua era conhecida antigamente como beco do fuxico);
Rua 15 de Novembro
– comemorativa a proclamação da República no Brasil, em 1889;
Rua 24 de Fevereiro
– Em 1891 era promulgada a primeira constituição Republicana;
Avenida 9 de Julho
– dia que aconteceu o Movimento constitucionalista de 1932, liderado pelo Estado de São Paulo, que exigia do Governo uma Constituição;
Avenida Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier o “mártir da independência, enforcado em 21 de abril de 1872;
Praça Dom Pedro I
– Proclamador da Independência e 1o. Imperador do Brasil, esteve em visita a itu, alojando-se no casarão daquela Praça, antigo Largo de São Francisco, conferindo nessa ocasião o Título de “Fidelíssima”;
Rua dos Andradas -
  os irmãos Martim Francisco, Antonio Carlos e José Bonifácio, participaram com destaque da História do Império. Essa rua era conhecida como Rua da Palma, em virtude da tradicional  procissão que percorria através dela;
Praça Regente Feijó
– Regente Uno da época do Império, antigamente conhecido como Largo do Patrocínio;
Rua Marechal Deodoro da Fonseca
proclamou a República no Brasil e ficou sendo o primeiro Presidente (1889-1891). Era conhecida como Rua das Flores;
Rua Floriano Peixoto
Vice-Presidente de Deodoro da Fonseca, assumiu a Presidência do Brasil em 23/11/1891, governando até 1894. Ficou conhecido como “Marechal de Ferro”. Essa rua era conhecida como Rua do Comércio;
Avenida Prudente de Moraes
O primeiro Presidente civil do Brasil (1894 – 1898);
Rua Dom Antonio Joaquim de Mello
6o. Bispo de São Paulo e o 1o. Bispo Brasileiro; fundador do Seminário Diocesano de são Paulo;
Rua Padre José de Campos Lara
– Nasceu em Itu, em 1735. Em meio aos estudos foi exilado, ordenando-se em Roma. Trabalhou para a volta da Companhia de Jesus ao Brasil. Introduziu a devoção a Nossa Senhora do Bom Conselho no Brasil;
Rua e Praça Padre Bento
Dr. Magalhães, grande médico em visita a Itu em estudos profiláticos da lepra escreveu sobre ele em 1895.
Rua Maestro João Narciso do Amaral
viveu apenas 40 anos, deixando inúmeras composições. Fundou e regeu a Banda 13 de Março. Foi ilustre mestre da música em seu tempo;
Rua Dr. Silva Castro
Antonio Constantino da Silva Castro, médico ituano, que muito ajudou a classe pobre e desprotegida;
Rua. Dr. Graciano Geribello
Foi médico por muitos anos dos operários da Fábrica São Pedro, deixando também uma projeção social de médico humanitário;
Rua Paula Souza
– dotado de talento notável, eloqüência brilhante em defesa das idéias liberais; com ele nasceu, segundo atos oficiais, o ideal de emancipação do Brasil, sendo que as palavras “Independência do Brasil” estão fixadas nos anais da Câmara de Itu, antes mesmo do movimento alastrar Brasil afora. Essa rua era conhecida, pelo seu traçado, como Rua Direita;
Rua Dr. Benjamin Simon
exerceu a profissão de médico em Itu por muitos anos. Foi Prefeito Municipal e Vereador por várias legislaturas;
Rua José de Paula Leite de Barros
Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itu, quando se achava em litígio o legado de Joaquim Bernardo Borges: iniciara a construção do IBAO as suas expensas para que não prescrevesse o ato de doação;
Rua Madre Maria Theodora
Madre Marie Theodore Voiron, está sepultada no Colégio do Patrocínio, e foi a fundadora do Colégio em 1858, sendo a primeira Provincial das Irmãs de São José de Chambérry no Brasil;
Rua Padre Jesuíno do Monte Carmelo
Francisco de Paula Gusmão, seu nome, era natural de Santos. Após enviuvar-se dedicou-se à vida religiosa. Iniciou a construção da Igreja do Patrocínio, falecendo em 2 de junho de 1819;
Rua Luiz Gazzola
chegou a Itu com 9 anos, juntamente com seus pais. Nasceu em São Martigno de Lúpare – Província de Pádua em 14 de maio de 1878. Chegando a Itu estabeleceu-se à Rua Domingos Fernandes, em 3 de agosto de 1900 com oficina de ferreiro; em 1903 com atividades no pátio do Colégio São Luiz, Oficina Mecânica Fundição. Foi grande industrial, fundador das Indústrias “Gazzola”;
Rua Joaquim Borges
Joaquim Bernardo Borges, nasceu em Vila Marin, Província Trás Montes em Portugal, chegou a Itu com 15 anos, com apenas a roupa do corpo, e muita esperança de fazer fortuna. Foi um correto e ativo caixeiro, tendo muito sucesso no comércio do algodão, que tinha Porto Feliz como grande produtora. Foi considerado um dos maiores filantropos da América latina doando parte de sua fortuna a Santa Casa de Itu e outra parte a Cruz Vermelha. Assistiu ao ato de inauguração da Santa Casa de Itu, daí ter sentido o nobre objetivo daquela entidade, colaborando com decisão para efetivação do empreendimento.
Rua Garcia Moreno
Gabriel Garcia Moreno, Presidente do Equador, e grande cultura da América.
Rua Presidente Kennedy – John Fitsgerald Kennedy foi um grande vulto da democracia. Estadista americano assassinado.

(Fonte: Imprensa Oficial de Itu – 1978,1979, 1980; Francisco Nardy Filho – historiador ituano)